segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Mulher

Esses dias reparei que sou mulher, antes de apontarem obviedades, quero dizer que sim foi uma descoberta, e o caminho até aqui foi longo. Reparo na firmeza do meu passo, não certeiro, mas exato, e na força antes tão esquecida dos meus quadris, reparo o contorno do meu seio e do meu sonho, e compreendo que me encaixo perfeitamente em mim. 
Não a nada para trás , só o amor que carrego e me expande, e as magoas que também são minhas, fazendo o processo sinérgico de minguar e crescer na respiração. Eu não me sinto mais testando a vida, essa é a minha dança original.
Com o tempo tenho aprendido que essa questão do Sagrado Feminino, algo que passou incólume por tantos anos, hoje faz todo o sentido, sinto o que brande em mim é fêmea, não maternal, mas acolhedora, não doce, mas afetiva. Um abraço necessário, nem uma firula a mais. Um choro bem acabado, distribuído em soluços robustos, e depois a benção do silêncio. 

Tanta beleza desperdiçada...

As mulheres hoje me atraem mais do que nunca, se sempre fui uma admiradora das muitas forças femininas que conheci, hoje as reconheço com ainda maior admiração, e por outro lado me bate um cansaço entediado da feminilidade imposta, perda de tempo sem fim, perda de riso, de proposito.

 A pior das armadilhas...

Demorou para eu entender, achava pouca, achava fraca, tantas vezes me diminui para caber nas traições não aceitáveis, quantas vezes aceitei um papel de mulher que não era meu. Pensei que havia sequidão em mim, quando na verdade sou toda fluida em águas, salgadas, profundas, rasas, vermelhas.  Sou meu templo. Nem maior, nem menor. Sou em mim exata. E no mundo repercuto. E luto. E vivo. E danço. E amo. E aceito.

Sem dúvida, Deus é Fêmea também.



domingo, 28 de outubro de 2018

eleição

No encontro atrasado
abri as portas
e me abstive dois passos do fim
havia o sangue da juventude imperando no meu acaso?
Pois abri a bocarra antes do sono
e gritei:
Ele não!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Presente de aniversário

Eu nunca senti tão fortemente que a vida pública influencia tanto na nossa vida cotidiana, mas hoje eu sinto, e percebo a sombra grotesca, masculina e covarde que vem imperando com essas eleições, a figura boçal é caricatural, mas o que tem me impressionado, são as bocarras arreganhadas e os dentes cheio de cinismo e fúria que uma parte da população tão demonstrado, existe uma anseio pela ordem expurgando tudo aquilo que é diverso da dureza e da crueza. 
Talvez tudo isso finde sem grandes traumas, talvez a máxima daquilo que passa e o tempo cura se mostre bem verdadeira, e todo esse aperto no peito seja apenas o susto exagerado perante esse levante(ia escrever animalesco, mas esta longe disso) humanamente intragável. 
Meu coração tem estado apertado, e tenho afiada bem meus dentes para um perigo eminente, e mais do que nunca quero os meus comigo, acolhidos em um abraço fechado, se segurando da onda que vem vindo... 

Ontem foi meu aniversário, e contrariando o mau estar geral, comemorei, tirando da alma cada lembrança boa, e abraço gostoso perpetuado no meu peito, cada riso e esperança tola, cada inutilidade poética e sorri, depois me cansei.

E no meio do cansaço, exaustivo, de quem suga da alma a alegria necessária, mas depois queda nas ansiedades, fui presenteada com um bom sonho, tão revigorante, que de manhã compreendi a máxima da Potencia de Nietzsche, a força brotava agora do meu interior, e de um tempo meu não marcado pelo relógio, foi um presente do inconsciente.

Nesse sonho, eu era várias mulheres em tempos diferentes, me transportava de corpo a corpo, e ora era eu, ora era uma irmã, uma mãe ou uma filha. Sonhei que eramos três irmãs (a tríade sempre importa)  e eu era eu em todas elas, e tinhamos uma mãe tão forte, tempestiva, quanto megera e protetora, digna da Baba Yaga do conto russo, ela era forte e tão protetora que parecia um animal com suas três crias, e ela também era eu, e eu era a filha, e também tinha uma filha bebê linda menina, tão delicada, mas só dormia, em um berço pequeno demais para suas perninhas já longas. Fui encarregada de acorda-la, e para isso eu precisava passar por um túnel cheio de água suja com destroços (quem me conhece, sabe bem da minha agonia com lugares fechados) e eu fui, me equilibrando nas mesas que flutuavam, até o fim onde um golfinho (que mais parecia uma baleia) me beliscou a coxa (seria um aperitivo fácil para ele), e me fez ficar esperta e me ensinou a equilibrar pelo teto e sair daquele canto. Quando sai, a eu-mãe, por clamor do eu-filhas, havia mudado, ela era "Boazinha' agora, me abraçou e disse diversos elogios e disse que ao mau tinha defeitos, e nada foi mais assustador que isso, no mesmo momento as três filhas chamaram pela "mãe" desesperadas, e saudosas da megera protetora, aquela que sabe bem arreganhar as presas, e não cede espaço para exploração, quem sabe proteger a si e aos seus, ela a bruxa, a que tem cheira de terra,madeira e força voltou a ser, e a menina do berço acordou sorrindo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Verso Hermetico 32

Não existe caminho de volta
foi o que escreveram no livro
e também na beirada do berço
Trinta e dois voltas pelo espaço
e hoje me vejo mais certeira que o acaso
Sou a ponteira exposta
E não a reticencias sonhada
Tenho uma beleza ancorada
de dias ancestrais
e a vida segue firme seu passo
Hoje mais mulher que ontem
(seja lá o que isso quer dizer...)
Houve o adeus
e então assumi o prumo
de não mais esperar,
acertei as contas
agarrei o proposito e segui
Hoje busco mais a forma que a poética
(dessa ultima tenho os olhares)
hoje preciso dos numeros
dos conselhos
dos planos
sem atrasos
Da métrica bem resolvida
Mas, é segredo contado
que por debaixo dos panos sociais
ainda peço abrigo para a primeira estrela
e a flor atras da grade
me convida para cheira-la
é existe sempre
uma dança distante a me convidar
hoje limpo bem meus passos
antes de aceita-la
e mais que tudo
sei bem onde está meu coração
sigo leal a vida

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Das Gratidões (ou papo de bicho grilo)


Eu tenho a imensa sorte, na qual sou profundamente grata de estar vivendo em um local cheio de pássaros, e de ver tucanos pousando na arvore em frente a janela do quarto. Dever uma cachoeira linda da varanda, de sentir todos os dias de manhã ao abrir a porta aquele frescor perfumado e cheio de vida que vem da mata, de sentir a vida em abundancia em todos os lugares, e de poder ver a imensidão fêmea do mar com toda seu mistério, selvageria e aconchego todos os dias, e para mim, tudo isso é sagrado,e  as vezes sinto vontade de chorar de tanta beleza.
Mas, isso não me impede de me perder nos meus infernos pessoais, ou de me confundir com o mundo de forma tão desnorteadora que até a respiração perde o prumo, e até por isso deveria ser grata, já que é feito de tudo isso a vida: inteira em seus contrates. A empatia e principalmente a compaixão com o sofrimento, do outro e o meu próprio, me mostra que não existe isolamento em canto algum. 

Aniica (a constante mudança) que aprendi no Vipassana, na verdade é o maior ensinamento de todos, em qualquer lugar, sabendo disso ou não, e se ontem eu vivia na periferia de SP, no interior, ou em outros lugares que tive a sorte de ser, e hoje vivo aqui (amanhã, não sei) só me faz perceber que o melhor lugar é onde se vive com alma, e quando digo isso, não me refiro a algo transcendente (necessariamente)mas viver com inteireza de coração, estar presente (todo mundo sabe quando se sente assim) mas, principalmente viver de olhos abertos, reconhecer a desigualdade social, a injustiça, o sofrimento, a pobreza,a  fome, a sacanagem constante de nos martelarem um discurso de meritocracia quando o que é posto para tantos é tão pouco, mas também perceber os cheiros das frutas, das flores, da beleza ao redor, do amor que recebemos, da dedicação que entregamos, da chance de fazermos alguém um pouco mais querido e feliz, de dividirmos o peso da vida e nos multiplicarmos.

As vezes sinto falta de raízes, tão desmotivadas socialmente no tempo em que vivemos, de mitos que me arrepiem, de referencias sábias, de norteamentos... mas de vez em quando a vida sorri mais fácil, e eu reconheço que elas existem e estão nos que amo, no que amo, no que vivi, e sofri, no que vejo, observo, no que me dói e até no que esta fluindo, inclusive no sangue do meu corpo e nessa chuva que cai agora.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Sorte

Hermann Hesse ao lado da cama
perfume de laguna
bolo de baunilha
Ravel no fone
poesia na porta
pés descalços
saia rodada
cabelo despenteado
conversas silenciosas com o irmão
os poros da alma abertos
o pelo arrepiando
a risada solta pelos cabelos
ver as estrelas
fazer pedido
ancorar os dedos na terra
sentir sempre o cheiro do mar
e por mais que eu me desfaça
sempre volto para mim.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

De manhã

Uma maricata bebeu água na ultima folha de bananeira
onde a chuva fez uma posa nas alturas
e um pássaro azulado
comeu as pequenas frutas
em frente da minha janela
as gotas enfrentando o tempo
pendem sem pressa nas bordas das arvores
embora a chuva já tenha cessado
e um céu leve e azulado
vai traçando o céu
entre a obediencia do inverno
cada vida é completa
e por um momento eu também
na solidão a unica coisa que resiste
são os dialogos imaginarios que traço
e tento calar
e aceitar
o presente
o silêncio
e a realidade que vivo sem ser observada
sem o outro
sem as palavras
sem a descrição
então,
porque escrevo?

terça-feira, 12 de junho de 2018

Capitalismo

A pressa da presa justifica-se pelos caninos de quem prende
A língua sibila claro a prece
quando aquece o sangue que apetece
ao copo devorante do inimigo

Não é óbvio o odio
nem a cadeia que o alimenta
perfuma-se as vezes de boa inteção
tão rasa que enfeita
uma cadeira morna e uma história
em que a igualdade predomina
desavergonhada mentira
contada para o sussego
enquanto o prato esfria
e o banquete servido
é o teu peito aberto
e o tempo descobre
que desde o principio
era tu a vitima e
você mal sabia.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Smashing Pumpkins

Ainda que seja, mais passado do que presente, smashing pumpkins carrega meu para sempre.




quinta-feira, 10 de maio de 2018

Paz

E se isso é possível,
Dou Graças a Deus pelo silêncio
E pelo ar que passeia pelo meu corpo
estendendo um sorriso pelos músculos da minha barriga
e pelo toque do sol
matinal na minha pele
me fazendo animal
aninhado no tempo de acordar.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

E sorrio.


Porque o que eu gosto mesmo é do rimel borrado sem vergonha, e aquela trágica careta grega dos lábios retorcidos que a pouco sorriam exuberantes, e em breve retornarão, porque é de intensidades que se debatem meus dias. 

Eu gosto mesmo é da falta de vergonha de sofrer, do drama descarado, da tequila derramada languida de amar as flores e o chão, eu sou adepta das paixões e dos arrebates do peito que vibra e sente, e se afunda e se ergue, e ama sem destreza, nua, desperta, com o peito em rubro e em fogo, em águas derramadas em abundancia.


Que se exploda a leveza cobrada.



Sobre ser amada apesar de...

Eu vou despir minhas certezas
eu vou esquecer em cima da mesa
o contorno bem delineado do meu corpo
eu não falarei nada
de util
de prestativo
e consolador
eu não saberei o caminho
e terei dúvidas
Eu vou supor e descontruir
mil vezes a trajetoria dos meus pés
mas, dos teus eu prometo cuidar
E proteger com sangue e sonho
seu sorriso e sua dignidade
eu vou abrir meus braços
e fechar em muros e murros
teu peito amado o seu e
dos meus,
mas, eu não saberei a canção
nem o passo da dança
eu não terei assuntos
e vou decair algumas noites
tão fundo que ficara dificil me achar
eu vou arrastar alguns dias
entre o sono e o susto
e não saberei como dizer
que existe uma morte sempre proxima da vida
mas, o meu amor eu saberei dar
e devotarei meus ouvidos
para escutar as entrelinhas
e muitas vezes vou me trancar
em um local que nem saberei a chave,
(sou boa em esquecer os sentidos)
você manterá a porta aberta ainda assim?
Não terei rima
Nem qualquer razão
Mas, no fundo me manterei olhando e cuidando de vocês.


sábado, 21 de abril de 2018

" Vou trancar-me para nunca mais abrir...para o sabor dos nossos sonhos não fugir"

Essa música para sempre vai me doer, quando o trágico sabe ser singelo é um encontro que vale a pena se permitir sentir.





quinta-feira, 19 de abril de 2018

Quão fundo eu preciso chegar para virar do avesso?

terça-feira, 17 de abril de 2018

Do que não gosto.



Existe uma estranha loucura em todo canto, quase tão rasteira que se confunde com as horas, uma loucura sem forma. De tão insipida mal se percebe, a encaramos com os olhos de quem a reconhece, com uma familiar cortesia a cumprimentamos como se sempre a víssemos no final da tarde.Ela nos responde com os olhos esbugalhados e tristes de quem já não suporta, mas permanece a ruminar seus maus dizeres, seus maus amores, no fundo, seu mau olhar perante a vida.Porque essa loucura não é destemida, mas sim covarde e insonsa e se transveste de normalidade da forma mais mediana que podemos imaginar. Ela beira a educação. O desespero da loucura é o ultimo batimento da formalidade em que ela, por um instante de relapso, grita e se entrega em toda sua extensão com suas hastes e seus caules de asco.

Para mim, essa é a pior loucura de todas. A loucura sem gozo, envergonhada de ser louca se encapota de firmezas...de certezas. Preenche toda sua fome de mil vidas com a moralidade mais desalmada, recheia o copo vazio de saliva áspera, e tira dali seu porre sem cachaça e sem música. Só vocifera todos os pontos finais que lhe cabe e insiste ,sem dúvida alguma, em sempre e sempre afirmar.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Umalome

No inicio era o fim
o ponto forte que marca
e depois o caos
em duras camadas de pó e concreto
que circulares serpenteavam o acaso
No meio era o fim
e o retorno desgarrado
de um ato sem amparo
deitado sonolento no precipicio
que mau percebeu o abismo
que sua bussola partida o.levou
E no fim era o meio
de uma tentativa de caminho agudo para o infinito
Mas, antes de sonhae reticências
Só havia a retidão
do horizonte no mar
o desenho paralelo ao nada que exigia disciplina
E depois apareceu o silêncio
Que era o verbo e a vida.


segunda-feira, 26 de março de 2018

Para lembrar-me...

Dormir levemente com o sol no rosto
sentir á agua fria na pele
por chuva, chuveiro, cascata ou mar
O canto da minha mãe quando criança
a risada dada com meus irmãos
O instante a beira mar do abraço com o Pedro
o silêncio de andar a noite sozinha
aquele dia em que comecei a estudar piano
as mãos gostosas do Caetano
a brincadeira sem fim com minhas primas
o soluço de tanto rir
o estudo quando frutifero
a poesia quando criada
o perfume de jasmin na minha rua
o silencio trocado com o Alberto quando procuramos estrelas
A Morgana no meu colo
Os segredos com a Cibely
a bebedeira com a Day
Pão de queijo quente com requeijão
caminhar na mata me sentindo presente
sentir-me querida
fazer com que as pessoas se sintam amadas
Cantar Belchior
Ouvir Bolero de Ravel
Passear sentindo o mundo ao redor
me encantar com as crianças
Doce de leite de colher
Me espreguiçar sentindo toda a extensão do meu corpo
Dançar sem saber
Abraço prolongado
Respirar juntos
Meditar no vipassana
Ficar debaixo da arvore em um dia de sol
Ver entre os galhos a luz
Lavar meu cabelo
Sentir o perfume das frutas quando vou a feira
Colher frutas e comer ali mesmo
Chorar quando preciso, e limpar o peito

Tudo isso e ainda mais, para não esquecer que a vida não é pequena, e não nos tornara miudos perante o tempo. Essa é minha subversão de hoje, lembrar que sou plena e capaz de dar e receber alegria.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Nós


Eu pensava que para dançar eu teria que antes saber a dança, ensaiar os passos, decorar os acordes. Quando nos encontramos pisamos no pé um do outro, desconcontramos os ritmos, eu queria um maracatu de impulsos e corpo solto, você pedia uma bossa, depois virou do avesso, e depois novamente e por fim já nem sabiamos mais qual era o circulo vicioso que estavamos. Silêncio. Cada qual no seu caminho.
(...)
E a música começou novamente, agora com mais calma resolvemos marcar o giro pela nossa respiração e ajustar a marcação pelo pulsar do peito. Hora acelera, hora acalma. Pausas. Devagar e sem soltar as mãos. Plenos na completa ignorancia nossa dança caminha melhor, a vida vai mostrando o ritmo e o improviso, exigindo apenas confiança no dia que amanhece e na noite que chega, a dança assim vai se formando, reformando teorias, despindo certezas e a surpresa aparece quando olhamos para os circulos majestosos que sem querer vamos construindo na areia e no eterno

domingo, 7 de janeiro de 2018

Pessoal

...Quase sempre a alegria mais genuína que tenho nasce de uma tristeza, de um incomodo. Um incomodo encarado, é como se meu interior me puxasse pelos cabelos, pela pele, pelas orelhas, pelos cílios... e eu não posso fazer muito se não escutá-lo, e ai que nasce aquele calor consciente, aquela onda de energia e uma sensação de que estou raspando a verdade, mas ela some breve.. porque preciso de palavras ainda, ainda me percebo no outro, ainda internamente traço diálogos fictícios, invés de simplesmente ser.
   Meu corpo se levanta e dança, se move descalço, mexo as mãos no ar, o quadril a pele sente, ninguém vê, aquele momento de alegria que é nos percebermos vivos e efêmeros, ativos no presente, mesmo sem qualquer ação. 
    É como um redemoinho de vento em minha cabeça, sem nada preciso, sem divisórias de bom e ruim, de tempo, nada focado... tudo disperso e no ponto exato, é um breve orgasmo existencial sem euforia.