sábado, 13 de fevereiro de 2016

Um brinde a Sanidade.

E hoje eu levanto os braços e os copos para a sanidade, para a água límpida que nasce mirrada no meio das pedras, um brinde a saúde diária, ao acordar com Ravel, ao chá de alecrim, ao chão encerado. Um brinde a luz clara da manhã que se dispôs sem euforia no céu.

Um beijo soprado de leve nos pés lavados, na cama arrumada, no rosto sem maquiagem, nas paredes pastéis desse quarto são.

Pois, de loucura o mundo esta abarrotado!

E os que se vestem de loucos, mal reconhecem o que os inspira, e os que o fazem, tantas vezes se perdem, e nessa pirotecnia queimam sem parar, sem beberem da inspiração, são tomados dessa euforia sem direção, tantos que quis bem, tantas que admirei, mergulharam de cabeça, onde deveriam aprender a boiar antes de submergir, para saber que o subterraneo nos faz inteiro, mas sem a luz diária somos apenas marionetes dos desejos incessantes que nos arrebentam nas pedras rígidas e instáveis das paixões.

Um brinde ao cultivo da terra, ao tempo da espera, ao olhos abertos para o outro, um desejo de bondade prática, de amor diário.

Falo isso pois sei do seu oposto, sei dos extremos que atravessam a noite e nos emaranham nas certezas de sempre querer mais, sei do fogo, sei do elemento chave que desencadeia a Alma na pele a princípio, por fim a alma nos ares, voando sem rumo por ai, sei bem, não existe leveza nisso.. nem uma verdade que resista,

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Dos delicados desassossegos.

De vez em quando, por mais rígida que seja a porta, a campainha dispara em som de asas de borboletas azuis...não é preciso cavucar a fundo a memória para saber do que se trata, nos despedimos por tantas vezes desse som a base de troncudas porradas e ainda sim..sempre o movimento rasteiro umedecendo as raízes de encantamento,elas vem...aliás, elas não vêem o mundo desastrado do contagio frio com o "real", elas não vêemo caos sem estrelas a dançar, elas batem encantadoras como a alegria despida de razão, figuram novamente o mito eterno da pureza primordial, ainda que no barulho do vento que faz seu movimento descompassado dançar seja de terror e solidão.