terça-feira, 31 de julho de 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Criança.

A Alegria por mais ritmada que seja e por mais decisiva que se imponha, não parece um bucado frágil?

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Amo.

"...Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!"
(Mario Quintana)
Amo doçura furtiva
dor ficticia
Arte inventiva.
Amo desejo eriçado
palava ambígua
e bocas alinhadas.
Amo perfumes derramados
terra molhada
Alma espalmada.
Amo irmão
mar agitado
Poesia cantada.
Amo revolução
Distração delongada
Sinceridade ampliada.
Amo profusão
Carinho desarmado
Cabelo desarrumado.
Amo penetração
Homem integrado
Verdade libertada.
Amo movimentação
e o anseio de parar
a escolha expurgada.
Amo coloração
O forte e a força
O rijo e o inquebado.
Amo o transcendente
O além o espaço
As estrelas e seu pó.
Amo solidão
Morango açucarado
olhos desencontrados.
Amo a canção
E as Mulheres fortes
Na ternura encorajada.
Amo o riso
E a lágrima e o soluço
Amo a pele e o oposto
Amo o interno e o tato
Amo o acorde e a métrica
Amo a desordem e o excesso
Amo as raizes e as asas
Amo aquilo que não sou
e o que sou
Amo o que não vi
mais cabe em mim
Amo o que não serve
e me prolonga.
Amo pupilas dilatadas
E as entrelinhas do nosso dito
Amo a constancia e a sua diversidade
Amo muito mais do que digo,
Amo mais do que sei
Amo cada parte minha que senti...
Amo cada pedaço do que amo e amo inteiramente também.





Sinceramente.

Na maioria do tempo eu mau tenho o que dizer, sou uma devoradora de silêncio, mas desgosto do comodo e quando algo decidi falar a palavra se cria e eu me crio com ela...
Mas essa criatura cambaleante que agora vive logo se insatisfaz com as palavras contadas, elas se tornam números...e depois? e depois? Nova pausa. É o mundo que acaba no mar dos meus olhos? é o monstro do nada a espreitar os espaços alheios? e depois? que todas as caravelas forem ao mar? todos os remos largados nos pensamentos... bocas e palavras grunindo a decisão de dizer.
Dito.
Ouvido.
Criado e Destruido.
Novo.
E eu começo a crer que sou apaixonada pelas palavras, porque elas me fazem sentir. Dizem até que o silêncio é ilusão, afinal, minha respiração declama, minha pele arrepia cria forma, se expande em mim...me diz em segredos.Em segredos, mas diz! O corpo transcende o silêncio.
Admiro as pessoas que se vêem concretas, elas parecem saber o exato espaço que seu corpo ocupa no Universo, nada têm a dizer sobre isso, se medem em paumadas paupáveis reais e sabem. Impressionante isso, elas sabem que seus pés o são pois estão abaixo no corpo e acima do chão. E haveria verdade superior ao joguete do dissonante? Pode ser...
E no meio disso tudo, percebo que o meu silêncio é carregado de preguiça.Algo em mim se rebela quando é esperado. Sempre foi assim. Os valores e raridades são capturados na distração... na distração recebo de bom grado os detalhes, distrair-me é me abstrair do limite, não sei o que me cabe por isso me inundo.E isso me alegra.. me desapega da carranca.Soltas as palavras brincam e brincando que o corpo se descobre, que o sorriso se apaixona. E aos poucos vai saindo dos meus olhos o tango trágico da resposta.
E sinto em gostos que tenho muitas nuvens em mim.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Interiorizar e exteriorizar ou a Dança das ondas.

Se eu entregar suave meu coração nessa ventania por acaso ele repousrá em paz? E de me questionar imagens se criam, flores transpondo o limite do seu jardim carregando sementes... e porque deitar-me nesse campo de figuras indomáveis? caminhos e caminhos que só sabemos pelo tato como desvendar...
 E vamos soltos por esse Mundo, nada nos prende e nada nos esquece, carregar terras distantes nesse coração que agarra em ampulhetas seus sonhos...
 E se eu acreditar que existe espirito nas palavras? e se eu  propor calar-me para que esse espirito vibre em mim? deixar meu corpo ser o mar dos sentidos e primitivamente abarcar os demonios e os anjos de toda história...antropofagicamente humanos e alimentos de minha Alma... e se der a mim a Poesia que de tão antiga mal pode falar as palavras que hoje temos? Os tempos vão me enfileirando suas respostas...
 Algo em mim se move tão ligeiro e de passos leves que antes de conflito é proposta uma dança, dançar na ventania das palavras e do espirito vivo de Ser e de ter em si o Sol que não se deixa emplaidecer nem pelo fato nem por sua ausencia de foco.É o fluxo que beija tão devagar meus olhos que é impossivel prender essa lágrima ambigua e amarga que vem fazer casa em mim... fluir quente, esfriar em meus lábios... e enfim bebe-la, porque é de águas que se vive.
  Murmuro a oração: Elementar é a essencia que alimenta.