Desejei todos esses espaços vazios enfim, espasmos entre meus
dentes, expelindo uma palavra Oca: Amor. Amor repetia e ia ganhando sua forma,
e aquilo ensurdecido (tapado a força) em mim começava levemente a gemer.
Tremia esse corpo contido e essa alma alargada por teus
braços e por teus lábios... esse desastre da palavra com o Silêncio. Caos marítimo
em mim.
Depois os nervos se acalmavam e a canoa frágil e instável das
minhas horas ia aos poucos se recompondo, impondo as veias de seu tronco agora
aquático se lembrar de que um dia já teve raízes, manteve se ereto, fixo e vai
se embebedando de ilusões salgadas de constância.
Até que de novo o céu faminto se deixa matar pelo desejo de
tempestades que vem por algumas palavras, que relembram suave : “Estou aqui”.
Essa suave e incessante luz que faz eco com aquilo que goteja
em mim, e às vezes, muitas vezes, me inunda. E essa história toda traz um tanto
de águas estranhas para meus pulmões, braços estendidos nadam e recusam-se
parar, morte e fim não lhe soam bem; bem a quem se pergunta? Poupar a proa pensava
a face que flutua e salva, não se afunda.