domingo, 7 de janeiro de 2018

Pessoal

...Quase sempre a alegria mais genuína que tenho nasce de uma tristeza, de um incomodo. Um incomodo encarado, é como se meu interior me puxasse pelos cabelos, pela pele, pelas orelhas, pelos cílios... e eu não posso fazer muito se não escutá-lo, e ai que nasce aquele calor consciente, aquela onda de energia e uma sensação de que estou raspando a verdade, mas ela some breve.. porque preciso de palavras ainda, ainda me percebo no outro, ainda internamente traço diálogos fictícios, invés de simplesmente ser.
   Meu corpo se levanta e dança, se move descalço, mexo as mãos no ar, o quadril a pele sente, ninguém vê, aquele momento de alegria que é nos percebermos vivos e efêmeros, ativos no presente, mesmo sem qualquer ação. 
    É como um redemoinho de vento em minha cabeça, sem nada preciso, sem divisórias de bom e ruim, de tempo, nada focado... tudo disperso e no ponto exato, é um breve orgasmo existencial sem euforia.