terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Composto.

Onde foi que o ritmo
perdeu seu tempo
e invadiu cambaleando
o espaço do outro,
causando esse desaforo
desconcerto?

Como foi que nos deixamos
apaziguados de razão
manter-mo-nos calado no
lógico e na inumananidade?

Aquilo que vibra,
que viva!
tem de ser nossa voz,
o arco latente e vermelho
agudo e impermanente
do grave-denso da existencia
ao suave sopro do riso.

Verdadeiro e limpo som
ecoando livremente em sim
respondendo aos ares
nossa confusa teoria
e limpando nossas raizes
para as novas terras
que virão...
Vibrantes!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Criar.

"Nós temos a Arte para que a verdade não nos destrua."
(Nietzsche)

Que verdade é essa?deve ser a mais óbvia humana. A verdade que somos finitos...que temos limites, que existe a morte... e isso muda todo o rumo dos sonhos. Mas porque pensar naquilo que "é" independente de sermos? Porque ela é a sombra que também nos faz acordar.Existem os que abrem os olhos e já dispostos para o céu recusam a terra em que correm seus pés, e por medo completam o ponto final numa reticencias submissa ao eterno. E também existem aqueles que em euforia tropeçam o tempo e amaldiçoam sua passagens e marcas... e se agarram ao agora no desespero que evita os olhos se acalmarem e também verem a terra e seus ciclos. E existem tantos outros...
Humanos e humanos... demasiados o filosofo ja diria... e ai que chega a criação. Transformar tem um "Q" de ilusão e outros mais de realidade. Encarar seu sangue e seu medo... sua alegria e sua pena e fazer daquilo algo que supera a si me parece um ato de coragem... ainda que o que saia seja apenas um soco no ar, apenas uma boba cantiga... um espinho pessoal ou uma odisséia... é humano, tem gosto de carne e de Vida. De pobreza da condição e de uma superioridade a isso... um grito de pausa!uma recusa... a vida pobre, a morte pobre, aos dias pobres... essa recusa é o mais forte dito e a mais pura essência do que somos.