terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Nós


Eu pensava que para dançar eu teria que antes saber a dança, ensaiar os passos, decorar os acordes. Quando nos encontramos pisamos no pé um do outro, desconcontramos os ritmos, eu queria um maracatu de impulsos e corpo solto, você pedia uma bossa, depois virou do avesso, e depois novamente e por fim já nem sabiamos mais qual era o circulo vicioso que estavamos. Silêncio. Cada qual no seu caminho.
(...)
E a música começou novamente, agora com mais calma resolvemos marcar o giro pela nossa respiração e ajustar a marcação pelo pulsar do peito. Hora acelera, hora acalma. Pausas. Devagar e sem soltar as mãos. Plenos na completa ignorancia nossa dança caminha melhor, a vida vai mostrando o ritmo e o improviso, exigindo apenas confiança no dia que amanhece e na noite que chega, a dança assim vai se formando, reformando teorias, despindo certezas e a surpresa aparece quando olhamos para os circulos majestosos que sem querer vamos construindo na areia e no eterno