segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Dos sonhos escuros.

 Sombras hipotéticas

não poéticas

repousam pesadas 

ancoradas em arrotos passados

carregados de olhos secos

e visões atadas

Nada e  um aceno disperso

ao que era

amargo pela beleza abandonada...

Roubada assim juramos,

A vida pesa.



domingo, 30 de janeiro de 2022

 Eu não tenho a alma covarde


"Eu não tenho a alma covarde,
Pois frente aos vendavais, eu nunca tremo:
O Paraíso brilha, arde,
Como a fé, pela qual eu nada temo...."

Emily Brontë

sábado, 22 de janeiro de 2022

" Minha flor minha flor minha flor./ Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro.

Minha peônia. Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão. Minha gérbera. Minha clívia.Meu cimbídio. Flor flor flor."


Hoje sonhei com amores antigos

Mergulho silencioso nas amarras do tempo

Carreguei comigo os dizeres passados

Trouxe da expedição

Flores de despedidas

e declarações sussurradas...

O peso... de águas em cima do meu corpo

Apaziguado pelo beijo salgado

Sombreando o que não penso

O corpo rebate o esquecimento

Arrepia.

Aquece e finaliza amargo

Rançoso de efemeridade.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Das três metamorfoses da voz

 Serena minha voz não saiu

Suave pueril

Mal se ouviu

Rouca engasgada

Parecia assombrada

Corpo mal encarnado

Eu cristalina menina

Não canto

Já não sou

Não carrego

Meu amor maiúsculo nem o sonho imaculado

Não trago o suave verso, esse perfume incerto

Essa rosa doce e gentil

Triste aceno em dizer adeus:

Parte.

Elevo o tom

A voz sai mais clara

Mais forte, meio ordenada

Não de oposta ao caos

mas de aposta a resposta sábida

Dois tons

Sem agudez

Firme, não me estranho

sou mulher e sei

Mais floresta que jardim

Sou algo ainda não formado

Mas preenchida

Sem espera

Um incomodo

Não desafinado

Sangue direcionado

Pulsa e retorna

Veia e cadência

Sorrio

Penso em Nietzsche enquanto canto no chuveiro, e revejo que não sou mais camelo, mas sim leão sonhando ser criança.

Respiro

E rio enfim, por saber que ninguém se importa.

sábado, 23 de outubro de 2021

Verso hermético- 35

 O dia amanheceu sereno 

E eu quis agradecer o tempo

Ontem andavamos de cisma

Mas hoje acertamos um trato com o efemero

Pactuo-me assim avessa como posso



Sinto o ar... sinto o corpo...

Pele arrepiante

E um desejo difuso de mudar

Não anseio

Mas , percebo que a vida cobra

Sempre um.novo começo

Renascimentos.




sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Verso hermético 35.

 Hoje deveria celebrar

Mas existe uma dureza prática ditando meis olhos

Mulher brava

E posso ser,

E posso estar...

Lua em agudez

Lúcida

Sensata

Quase serena

Direta

Palavra sem voltas

Exata como um acento

Tem um passo para trás

O passado esta resolvido

Desacato

Quero a mim mesma

Meu riso solto

E meu passo seguro

Desatinado por escolha!

 Escolho-te hoje

Sol irradia com a certeza de que sou

Minha.




segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Menina de dentro II

 Escolho o atalho mais florido

somos toda sentidos

o arrepio permanece

acesso como o riso solto

que acolhe solto

seu abraço estendido

aberto

ao acaso

e ao dia

perfumado

maracuja doce

e terra molhada

Pequena eu ainda ando descalça

e sei dançar...

em roda de lua

desencotrada da regra

Fujo alerta 

De cabelo solto e canino a mostra

Minha pequena eu...

existe tambem sorte na jornada.


quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Menina de dentro

 Carreguei-te assim, atenta e candida nos meus braços

atei a ti meu maior esforço e a verdade mais clara

Não te basto hoje, porque não te encontrei antes

Quando você era toda eu

Eu mal sabia ser

Só era infinito presente

E agora sendo um tanto caco

Dura e fria

Quebrada e viva

Envolvo meus olhos com as lágrimas

que nem sei de quem são

Minha pequena eu...

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Bagunça.

 ...Agora que existe o silêncio, trago as palavras nas mãos, separadas, didáticas e acolho-as como um cabeçalho desordenado, ainda que em fileiras, ainda que retas, ainda que ilusoriamente fixas, percebo enfim, que não é só o caos que gera o desequilibrio, a bagunça, a aflição desordenada crua. 

  Poderia enumera-las. Poderia...poderia, assumi-las minhas. Minhas palavras sem forma, meu desenho linear que se evapora. Meu desejo incerto que é, e não presume, e nem por isso se desnuda. Poderia... absorver a retidão, a lingua simples, o amanhã previsto o dialogo bem quisto para o nada casual mas, sinto-me faminta e em partes exausta. 

  Não espero um toque. Não a canção que sobressalte os pelos da pele, nem um nome que a minha prece abarque. Muda. Fico muda na excelência, na paisagem e no infindo. Muda, pois não sei o que dizer.

Nem agreste.

Nem tempestade.

Sou no momento o meio fim, o meio tempo, o calor medido no vento, o frio sem acalanto.

Sou.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Pelargônio.

 O melhor de mim e o meu inteiro e isso inclui os erros e acertos...e o tempo, gotas cristalinas formando a paisagem... e o outro sorriso do meu rosto... e os filhos...e as ramificações... e o nunca mais passa a existir. 


Coragem.