domingo, 23 de setembro de 2012

Enquanto o silêncio não vêm..

         Enquanto o silêncio não vêm, penso ter controle... meço em paumadas meu coração, aceito e recuso todo espaço que me cabe. E não tenho Paz. O silêncio vai se derramar quando minha Alma decidir beijar a Aurora, e deitar com calma pelo meu próprio jardim, as flores que me trazes são cores, as cores que a Vida carrega quando entrego um sorriso intencional para o que não compreendo.
        Eu tenho dormido em casas que desconheço porque no momento o tempo se oferece inteiro, e eu trago comigo o que é novo e antigo. e aceito a lágrima devida e o anseio do riso contido. Desaguar? Desaguar nos teus braços, correnteza amiga. Aceitar o gosto do salgado da espuma que arrebnta nas rochas do intransponível.
        O Amor tem feito cantigas as avessas e a minha ciranda ainda tão menina perde o passo e desalinha, mas a mulher afirma. Ela sempre afirma. Entregar, as flores e as fitilhas, apazigar com doçura os rancores e os amores, permitir que se banhe de ternura os tempos que obtive.É envelhecer brincando de amarelinha.
     

domingo, 2 de setembro de 2012

Intimo.

       O espelho em que me encaro tem trazido em si muitas faces e dentre elas algumas que se despedem inconsalaveis em mim, me despeço sem certeza de partir. Aquilo em que enxergo a realidade tem rebatido minha reflexão lunar e débil, nenhuma estrela nasceu, minhas árvores se despiram e o Mundo em que me enxerto tem se mostrado violento, à uma estranha violação em viver assim, a indelicadeza com aquilo que é essencialmente frágil é um estardalhaço de caos em meu espaço, tenho tentado silêncio, mas meus caninos insistem em se mostrar numa ansia infantil de fazer o rio parar, as gotas do tempo cessarem...meus braços embalam algo e meus lábios balbuciam canções de consolo para meu próprio corpo. Nada morreu, a vida ainda se mostra em profusão, de tamanha forma que é dificil manter o passo em calma, como me apetece andar. 
         Eu tenho permitido que o estado daquilo que é efemero ocupe tudo que há em mim, dissolvido meus pulmões no tempo, deslizado minhas palavras para um recanto meu, correndo para esconder de mim mesma a pureza de algum dito... Nada morreu, a vida continua com sua exuberancia Atlântica, mas meus luares estão ralos...
         Existem passaros azuis em meu céu e isso emociona meu olhar, existem plantas que viveram sempre por terem sido em mim, isso me enternece a voz, traz de longe águas não barrentas, e eu bebo com o cuidado da Alegria que se mostra em fios nascentes, sem a certeza de desaguarem em águas correntes.