quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Menina de dentro

 Carreguei-te assim, atenta e candida nos meus braços

atei a ti meu maior esforço e a verdade mais clara

Não te basto hoje, porque não te encontrei antes

Quando você era toda eu

Eu mal sabia ser

Só era infinito presente

E agora sendo um tanto caco

Dura e fria

Quebrada e viva

Envolvo meus olhos com as lágrimas

que nem sei de quem são

Minha pequena eu...

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Bagunça.

 ...Agora que existe o silêncio, trago as palavras nas mãos, separadas, didáticas e acolho-as como um cabeçalho desordenado, ainda que em fileiras, ainda que retas, ainda que ilusoriamente fixas, percebo enfim, que não é só o caos que gera o desequilibrio, a bagunça, a aflição desordenada crua. 

  Poderia enumera-las. Poderia...poderia, assumi-las minhas. Minhas palavras sem forma, meu desenho linear que se evapora. Meu desejo incerto que é, e não presume, e nem por isso se desnuda. Poderia... absorver a retidão, a lingua simples, o amanhã previsto o dialogo bem quisto para o nada casual mas, sinto-me faminta e em partes exausta. 

  Não espero um toque. Não a canção que sobressalte os pelos da pele, nem um nome que a minha prece abarque. Muda. Fico muda na excelência, na paisagem e no infindo. Muda, pois não sei o que dizer.

Nem agreste.

Nem tempestade.

Sou no momento o meio fim, o meio tempo, o calor medido no vento, o frio sem acalanto.

Sou.