domingo, 6 de julho de 2014

Aos esotéricos.

E se tua vibração propor a alcunha da palavra
o canto de uma pedra indigo
e lembrar a ti que nem tudo
são pontuações certeiras
deixar a lua ter uma voz
no peito, ornando tua alma
de sentido e dar ao simbólico
a intuição kármica mais que carnal
de canalizar o que é água natural
no teu dito, para ali e além
qual o problema?

Gosto da voz do sol,
e da vida das pedras.
E do conselho das águas
da limpeza da chuva
do riso do vento
do silêncio das raizes
e da força da mata
E se a alma animal que está em mim
esta em tudo,
porque não me ver fazendo parte?

                                                        (Foto:Alberto Kirilauskas)



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Desabafo, ao que pesa.

Uns dias pensei que a poesia era a coisa mais importante que poderia ter, não que me achasse com grandes pretensões sobre ela, mas mais do que a junção de palavras era a força de criar, de desatar que me encantava, era minha rebeldia lirica, era o local onde ninguem iria pisar, nada poderia possuir, a poesia era meu espaço, e não existe nada mais bonito que a inocência passada.

Uma vez eu acreditei que eu era amiga de Deus, e conversava com Ele em devoção mas acima de tudo com camaradagem, contei a Ele tudo que ocorria aqui dentro, subia na laje e orava do jeito mais natural que se pode haver, e me sentia ouvida e me sentia grata por isso, mas então vieram as regras que não cumpri, então houve a mente impositora me dizendo que era uma falácia crer nisso e eu tornei uma observadora.

E em meados desse tempo perdido, cantei o Amor mais do que tudo, amor de duas pessoas morando uma na outra, cantei o Amor eterno e belo, o amor único que perdoa e é perdoado, estelar, que é impossivel viver sem, que é sempre sim, ainda que a vida rusgue não, águada minha esperança com a resposta dura  e com os erros espinhentos só me restou a fumaça.

Eu sempre soube que temos que nos cuidar, nos preservar do Mundo, numa dança muito rápida e constante de marés com a vida, entregar e saber se retirar, para não dar ao tempo a chance de levar nossas sobras, que são muitas, que são o que vale além do que é util, nossa singularidade, nosso canto mais essencial, o que sobra é o que nós torna único e não sabemos normalmente cuidar do que é natural... a abundância não nos cai bem, e nem temos a sabedoria da terra de recebermos como alimento o fruto não comido, deixei estragar no chão meu sonho, sem voltar para as raizes.