quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Na minha Casa.

Na minha casa a água faz morada
namorada faz seresta
e cantiga faz ciranda
Na minha casa tem horta
de comer, horta de sonhar
e alguns bulbos floridos
tem silêncio alem de tudo...
tem mãos entrelaçadas e nuas
sem ferir, sem cortar...
só pousadas pássaros
com ninhos que se movem.
Na minha casa não existe teste
para entrar
se aconchega, puxa a cadeira
e começa a prosear...
conversa lenta de gente
que gosta de ser
coração mente e alma
sem ofender...
leve ou densa fumaça
o vento matinal espalha
brinca de inspiração
e convence aos visitantes
a permanecer o quanto quiser
e convida que o querer seja longo
estendido, espreguiçado desejo
sem bocejo... com sorriso
e lágrimas as vezes tem sua vez
pois nessa casa tudo cabe
nada sobra, não jogo fora...
o mundo que se mostra cru
a folha que se mostra nua
a palavra que se faz sua
e o nada pelas beiradas
esquece de assustar...
na minha casa a mentira
recusa a entrar...
expurgada com um sopro
e dá preguiça de revidar.
na casa minha...
a paz tem sentido.
(Foto: Alberto Kirilauskas)


Folha.

O leve suspira
abre os lábios e soa
piar, música sua
sede sendo fluido
água vinda da fonte
fronte alva e alma alvejada.
a folha voa...