terça-feira, 26 de março de 2013

Pessoal IV. (Casulo)

Eu aprendi algo.
Que bom agora e não depois, não gastarei meu tempo pensando que poderia ser antes...
Eu estava trancada em mim mesma e nem sabia... pensava que estava me expondo,mas era sempre o olhar de quem esta de dentro para fora... não quero menosprezar a importância da introversão, mas existem mudanças que nos libertam, mas para que isso seja algo realmente perene é preciso estar lá fora, nenhum aparato de conforto, nenhum lugar de refugio, nenhuma hipótese salvatória... não ter nada em que se apoiar no futuro hipotético... sentir e pensar constroem a roda da nossa vida, mas é só quando fazemos algo assustador e usamos na nossa carne exposta o verbo da ação é que nos libertamos de fato...e vivemos.

Só estamos nú no Mundo
Que assustadora beleza
é viver.


segunda-feira, 25 de março de 2013

...

"Listen to me, why is everything so hazy?
Isn't that she, or am I just going crazy, dear?
Lilac wine, I feel unready for my love"
(Lilac Wine- Jeff Buckley)


Nós esperamos qualquer pessoa entrar pela porta
e nos trazer lá de fora o vento inspirado pelos lábios
unidos, pelo nariz colado, deixar a vida correr pelo nosso interior
silencioso, e acreditarmos por um tempo ter em nosso espaço
o sentido da vida e o gosto transbordante de amar..
E enquanto eu quiser brincar com as palavras,
talvez elas também brinquem comigo
e jamais entreguem sua nudez clara
de dizer, aquilo que sinto nesse momento
cálido e intimo de estar sozinho
carregada de lembranças
e saudades, e da tristeza
profunda e quieta de quem
já não reconhece o mundo
de quem pensou ser alma irmã.
Enquanto eu me aceito nua e friorenta
E ato meu coração as minhas palmas
e acolho, como ninguem ainda o pode fazer
e o observo... tentando pensar
e teorizar...que foi um sonho,
Que agora se estranha em mim.
Mas ainda sim...
Mesmo sendo noite, mesmo tudo acabado
até mesmo a fé...
Nós esperamos...alguem entrar pela porta e nos
trazer um pouco de ar nos lábios.

Mudar.

Muda no plural
Mudas apontamento
transitório dirigido
A mim e ao tu,
Mudas planta encolhida
esperando ser fruto,
finda vida de semente
largada ao vento,
dispersa e liquida
desatenta ao que sobra do mundo
afunda pés na terra
E nas suas raízes, muda.
Seca, água-se
debulha, dilui
Morre e cria.
(...)

A mudança é natural
e a Liberdade de recusa-la é uma subversão
de fato...rebeldia leve
pois o descontrole vem do tempo
de dentro...e de fora...
E mesmo que se impeça
(e a de se ter muita certeza para tamanho esforço)
As mãos tão delicadas uma hora pesa
pedi pó e voa.

A Vida tem fome de Vida.

                                                       (Foto: Alberto Kirilauskas)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Esse.

O tempo descobri espaço
Fuça mão sadia nos 
orifícios, desmenti oráculos
Supõe ao outro 
E dispõe a si desmentir
Desnudar, e entregar
ao nada e ao tudo
esse corpo humano
inteiro e partido
em um só minuto...
da Vida, o todo
inteiro e partido...

                                                             (Foto: Alberto Kirilauskas)
                                                       
 

terça-feira, 19 de março de 2013

Estrela. (Um samba sem som)

Vamos lá, deixa a Alegria sorrir
arranca com gosto a lembrança sonhada
e o rosto guardado da Paz
é uma questão de força
e quando se vê ela impera
vitoriosa estrela dourada
que reclama seu espaço
na escuridão.
É uma suposição de espaço
o tempo agora ancorado
nas desilusões
Mas dissolva-se águada
pelos rios de si
Amar é uma Subversão.
E rir é evoluir.

                                                        (Foto: Alberto Kirilauskas)