quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Não instintivo.

Metade da mensagem se espalha
E o que resta se vai
Já nem sei como conseguiu chegar
Na ponta de uma garganta e gemer um verso
Já descrente.
O vento repete um passado de fé
Já perdido.
Arranca das folhas e não do humano
A voz natural.
Melodioso choro de uma lingua ancestral
Desconheço o grito.
Esse pulsar maior... essa palavra sangrenta de ares profundos
Vai calando.
Como se fosse certo ter somente pausa na voz.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Eu e Ela.

Para Cibely.



De manhã o pão barato amanhece
Olhos de remelas e ruídos de gritaria
Bocejo seu dia com um batuque de infância
E ela me dança com estrupilias
Ela chora.
Eu choro.
Fazemos planos de brincadeira
Panos de sonhos distante do mundo oco.
Falamos em vinte línguas diversas
Sexo, Sorriso, Jornal, Mãe, Morte e Passado... tudo num instante só
Sem explicação.
Basta o que é.
Silêncio.
Fumaça.
Risada para a velhice que há de chegar.
Vontade de México e Pavê.
De aventuras e lar.
Somos só Almas no abraço.
Somos toda legumes no almoço.
E toda bons sonhos a noite.
E somos também...
Dois seres olhando estupefatas para o caos e as borboletas.
Amigas de um deserto distante...
Que se separam.
Para caminhar
E se unem de novo para respirar melhor...