segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Onde repousar o coração?

"São temos difíceis para os sonhadores..."

Onde eu posso repousar meu coração?
sei que a estrada é tortuosa
e meus pés e olhos já pesam de poeira
entorta minhas costas com o tempo
e o sonho passado
é mão pesada nos meus ombros
Ainda existe tempo para danças
Olho para as estrelas desconfiada
da trovoada que virá
e eu que não me amedronto com tempestades
só queria um canto
para repousar  meu coração
longe do mundo...


6 minutos

"E você me falou de uma casa pequena
Com uma varanda, chamando as crianças pra jantar..."

Eu recolho a mesa posta
e na taça de vinho compartilhada
deixo o vazio repousando seco
e sem vida
Meu vestido nem tiro do armario
esqueço junto as esperanças
mais tolas que uma pessoa pode ter.
Veja meu drama estampado
nesse olho marejado
e eu quebro a palavra
e retiro o peito da vista
para você
que não limpa os pés para entrar em minha casa
Retiro a tragédia
e os passaros
e o perfume das flores
e o olhar da chuva
e as mãos unidas
e a minha canção então dedicada
fique com a água salgada
que eu fico com a eterna poesia
do mar em mim.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Lembranças

Eu me lembro de dançar - com os lençóis  que minha mãe estendeu ao sol-  a música Balada para um loco do Astor Piazzola, 6..7 anos? Na versão brasileira do Moacyr FRanco do disco de vinil do meu pai. Aquela música explodia no meu coração de criança! e o eco trágico e poético gritava ainda sem saber o que era  "E no abismo do teu beijo até sentir que enlouqueci teu coração e de tão livre chorarei" como podia ser tão lindo? 

sábado, 11 de novembro de 2017

Morgana

Ela se encolhe no meu colo
Mas quando esta com fome
Se larga de mim
Ela é um ser de doçura
Sem igual
Salta
Se expressa de madrugada
Quer carinho
Me ďá
Eu que cuido dela
Mas no fundo
É ela quem me salva

Eu sou uma grande massa de paixão e sangue
Devo avisar antes de se aproximar.

Elephant gun- Ode aos amores vencidos

Pois que amor tambem acaba?
Sem rima nem raiva
Apenas secura e amnésia
Mas veja só minha memoria
É um simulacro permanente
E a todos homens que me amaram
Carrego em cada pedaço de mim
Não é o tempo que me envelhece
São os amores vencidos
Que penunbram meus dias

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Poesia não da emprego.

A poesia não pagara a conta
estendera seus dedos pela mesa
e comera sem cerimonia
todos nossos mais audaciosos pensamentos
e arrancara sem educação
a trinca engasgada da palavra
e ira debulhar os olhos
e se embebedar de águas profundas
sem pedir
Ela não lavara os pratos
não limpara o chão
Não lhe dara um emprego
Nem saberá responder sobre a equação
estendida nesse cardapio infinito
e sem sentido de viver
A poesia é rainha miserável
Mal sustenta sua cadeira
sempre a beira do abismo
mas, não se sujeita
não decai
é sempre ela
a dona da motriz
que faz o mundo girar