segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lua Fêmea.


Não sou flores.
Não digas o avesso! não pense perfume!
Sou seio e água sálubre
fruta carnudo de lábio
Caule fincado no concreto
Fogo azulado de ser.
Se seiva corte ralo
Sou poço negro do gozo
E se rasa sou sua água
É que pinto o contorno do nome,
Fingindo de abraço o rasgo que a Vida fez
Se me mentes, nunca há voz de ecoar
E se me falta a faltas o dito
A minha grita folha-verde
No impulso das mãos de arco
...
É nos olhos risca-ruga
Que opto por ser:
Mulher, ao invés
de vaso vazio esperando ser cheia.

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