sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pedreira.

O que é a poesia diante da fome?

Qual estrofe ritmifica a catástrofe diária?

Que poeta traceja a retidão da agonia do medo?

Qual arte se faz linguagem do silêncio miserável?

No fundo o dito da garganta estrelar

Pode ser apenas um estranho anseio pelo pão

Que se não sacia a fome prática

Pratica pela veia o alimento de sentir

Sentir-se tocado a grossos dedos, pela realidade brusca;

Que segue no ritmo marchante a lei da ordem de um ser imaginário

Mas a fome esburacada dita regras

Pontua errada a frase

Encerra a arte aguada

Soro lacrimoso

Canja inexata

Fingindo calar o sopro maior da vida

...E calando de fato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário