
A folha de um concreto
Sombreou meus olhos
Dando a luz turvo fio de átomos
Cinza brusco rígido e fálico
Meus olhos sombreados.
Caminharam pela terra
Noites e dias incontáveis
Dentre eles margens de rios esquecidos
Amores dentre conchas despedaçadas
Pedaço de piso embaçado
Traçado incompleto de dias
Rabisco de saliva
Nas discusões dispersivas
...Meus olhos num dia de chuva
E a dura folhagem
Impermeável de dizeres
Aponta por entre os dedos imaginários
As gotas cadentes.


