domingo, 5 de junho de 2016

"Sua poesia é como uma receita de drink"

"So, so you think you can tell
Heaven from hell?
Blue skies from pain?"

Como um mantra repetia: Não importa mais.

 E de fato não importava, talvez no silêncio ainda houvesse semelhança com algum passo antigo e um certo aperto no peito, aquele esforço para encobrir a pulsação que salta na blusa esquecidamente desabotoada, aquele liquido quente que escorria por sua cabeça, um dilúvio nos seus pensamentos, afogando a direção a ser tomada... travando seus passos, por ora pensava, e quase rezava: Não importa.

 E passava como um pretenso iluminado por suas vidas, por todas as mortes coaguladas nos seus olhos, no seu passo certeiro: Frente!, embaralhava as cartas passadas: - Todas sou eu! isso posso afirmar.

 Afirmativa essa que trazia uma consciência do limite do seu próprio corpo, do espaço ocupado pela respiração que soltava, morna, saber de si era mergulhar em si mesma, manto de lã rustica, de casa de palha, de sobrevivência e de limites. Enfim, salva.

 Existe um perfume raro nesse lugar, nada de leves rosas, ou doce almiscar, é o cheiro bruto de mata inconsciente, aquela sensação aquatica e terrosa, o gosto elementar bem distinguido. desfigurado de insinuações, é o cheiro natural de estar na sua pele. Mescla de couro e alma, resultando em alguma poesia, que só pode ser intro escutada.



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