quinta-feira, 7 de abril de 2016

Tzigane Ravel.

O violino solo vibra languido
dança de pés descalços
no espaço arenoso,

Perfil de seio ao sol
De solo são
De solto salto

Derrama-se nas notas o peso quente
liquido
suposto da solidão.

O Piano que se apresenta
jovem, expõe-se ao pedido
é devorado, se move a decifrar
a sensualidade desértica
de quem o chama

Apresentam-se crús
mal mesclados,
Reconhecendo-se a táteis acordes
Brincam, com passadas de mãos sonoras
e línguas harmônicas
Lambem-se.

Ela o puxa, ele cede
Ele seduz, ela permite
Tornam-se espirais
Até o agudo gemido da nota

Debatem-se, cada qual com sua furia e som
sua vida,
seu discurso sobre a circular passagem,
Beiram-se na escura miragem
de uma escada caracol
No abismo das suas cordas
emblemam-se.
Deixam-se quedar.

Depois, vibram em saltar
correm
desvarios do tempo
com o susto
o outro sustenta os passos
de quem se apressa
querem molhar a trama
agora ambos
para o mesmo lado,
Miram o horizonte,
com um certo Amor,

Na ofegação dos corpos magnéticos
de madeira e sonhos
Eles juntos mergulham na satisfação final
de cumprir a grossas paixões o espetáculo.










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