quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sinceramente.

Na maioria do tempo eu mau tenho o que dizer, sou uma devoradora de silêncio, mas desgosto do comodo e quando algo decidi falar a palavra se cria e eu me crio com ela...
Mas essa criatura cambaleante que agora vive logo se insatisfaz com as palavras contadas, elas se tornam números...e depois? e depois? Nova pausa. É o mundo que acaba no mar dos meus olhos? é o monstro do nada a espreitar os espaços alheios? e depois? que todas as caravelas forem ao mar? todos os remos largados nos pensamentos... bocas e palavras grunindo a decisão de dizer.
Dito.
Ouvido.
Criado e Destruido.
Novo.
E eu começo a crer que sou apaixonada pelas palavras, porque elas me fazem sentir. Dizem até que o silêncio é ilusão, afinal, minha respiração declama, minha pele arrepia cria forma, se expande em mim...me diz em segredos.Em segredos, mas diz! O corpo transcende o silêncio.
Admiro as pessoas que se vêem concretas, elas parecem saber o exato espaço que seu corpo ocupa no Universo, nada têm a dizer sobre isso, se medem em paumadas paupáveis reais e sabem. Impressionante isso, elas sabem que seus pés o são pois estão abaixo no corpo e acima do chão. E haveria verdade superior ao joguete do dissonante? Pode ser...
E no meio disso tudo, percebo que o meu silêncio é carregado de preguiça.Algo em mim se rebela quando é esperado. Sempre foi assim. Os valores e raridades são capturados na distração... na distração recebo de bom grado os detalhes, distrair-me é me abstrair do limite, não sei o que me cabe por isso me inundo.E isso me alegra.. me desapega da carranca.Soltas as palavras brincam e brincando que o corpo se descobre, que o sorriso se apaixona. E aos poucos vai saindo dos meus olhos o tango trágico da resposta.
E sinto em gostos que tenho muitas nuvens em mim.

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