terça-feira, 19 de setembro de 2017

Vinho

O entorpecimento da boca
 e os lábios
que mordo
como um beijo exuberante
As pernas formigam
como no instante
em que se geme
E o tempo
o mais delicioso da inebriação
o tempo que se dissolve
e me entrego
e acredito no para sempre
da beleza estonteante
o corpo todo deita 
no momento
se espreguiçam os nervos
e os copos posto ao lado
a dança descalça
de alguma fogueira memorial
interna
a poesia ganha vida propria
e se espelha ao redor
e por ser só fugacidade
não a prendo
Vivo ela no corpo
Vinho e a pele
Combinam
Tudo dissolvido 
Inclusive a ponderação
Não existe sabedoria aqui
existe o instante
e depois a ressaca 

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