segunda-feira, 21 de outubro de 2013

27.

Pois mar, nunca houve tanto punho para manter uma flor
Nunca se dispôs assim o pulso tão firme na mesa
das minhas palavras para dar-lhes alguma asa
Alguma leveza, alguma beleza...
Tempos de dentes cerrados,
A ilusão se aguando, se contorcendo
virando barroca, virando pó
eu pele e coração me retorcendo
em prosa para não escapar o que me resta
do sonho acordado, me endurecendo para não secar.
(...)
Vinte e sete mulheres acordadas
Outras números mil dormindo:
- Repousa minha criança,
que a resposta ainda não vêm.
Ressoa assim meu pesar
que pesa, mas que eleva.
Nunca fui figura realistica
meu drama é de tequila
dói, rasga, mas também cria
ainda que meu verso esteja fraco
ainda que meu canto esteja ralo
cria, já nem sei mais do filho que quis
Já desabei meus horizontes
Estou nua, nua de fé
nua de acaso,
nua de sorte,
nua de amor,
nua até para a morte.
Será agora o tempo de reconstruir?
Agora que o passado se fez presente e inexistente
agora que o amor bateu em minha porta e sumiu
que o futuro se desatou em espuma;
Eis me de pé,
Ancorada, seio, braço e coração,
Amando mais do que tudo
as sementes de ipê
e a esperança espirito
que queima fraco
mas me mantem de pé.



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