quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

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Quando eu penso nas paixões desbotadas, nos desvios turvos e densos do meu caminho, quando recordo com pesar as preces já esquecidas na minha boca antes tão certa, quando acolho meus sonhos como orfãos, quando recuso toda canção de amor como um ar de sarcasmo, quando penso em tudo isso, algo se destroça em mim, desconfio que seja o asfalto, a terra batida, o caminho limpo...isso é triste, e a tristeza aceita me acolhe como um chá quente na noite fria, ela é minha e sou eu, ela é construida das minhas escolhas, e de um coração que vibra alto. 
Quando me permito escorrer para dentro, reafirmo: Ainda sou um bom lugar. E poderia me beijar com flores, por estar em pé e por ainda sentir...

Me poupar seria bem vindo, mas se for honesta tenho me poupado sim, as vezes de forma covarde, remastigando respostas que um dia me serviram e que hoje não bastam. Me vestindo de paisagens antigas, certamente elas me são, mas o caminho ainda é longo, eu sei: sou um bom lugar, mas só permancerei sendo se sair para arejar a Alma e dar espaço para as ondas, os ventos, os acordes, os pesares e tudo mais que a vida nos traz. É preciso saber sair, saber entrar, ter um fluxo livre no próprio espaço. 

As vezes o otimismo é uma saco de chato!

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