quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A largar

E se eu largasse as mãos da pena?
das perdas e do espaço?
e se eu largasse o posto na qual me desencontro?
Largasse as roupas na matriz da dúvida
e deixasse ser meu corpo vento
rodopiando sem vigias por ai...
sem vigas, transcender até o porto imaginário
e assoprar com força todos os mals porques,
Hoje sinto que poderia escrever um poema belo
feito de tudo que não seja o certo do que sou
Um poema belo de chuva, noite e solidão
e da carne que se impõe altiva
arrastando o espirito a somar seus ditos,
no seu vocábulo nada sereno
tempestuoso sim, e arredio!
como caninos a romper coleiras,
trazendo a tona, toda surpresa
que aperta meu peito.



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